Extraído das folhas e ramos de uma árvore conhecida como “árvore de chá”, o óleo de melaleuca, e usado na medicina pelos seus efeitos comprovados de ação bactericida e antifúngica contra organismos que causam doenças. Essa planta, originária da Austrália, era usada pela tribo de aborígenes Bundjalung, que aproveitava o macerado da planta para alívio das dores. Era comum também o banho no lago que continha folhas caídas, as quais produziam uma forma de relaxamento, uma espécie de banho terapêutico.
Hoje a melaleuca é cultivada na Ásia, Europa e América do Sul, sempre em áreas de pântanos. Essa planta milagrosa – a melaleuca – pertence à família botânica Myrtaceae – a mesma da jabuticaba -, e suas espécies mais conhecidas são: Melaleuca alternifólia e Melaleuca leucadendron. Ambas de alto valor devido ao potencial medicinal do óleo retirado de suas folhas, de cor amarela clara e forte aroma, muito utilizado em produtos farmacêuticos e cosméticos. O seu óleo possui propriedades que possibilitam o uso em cosméticos e fins medicinais, como: Curativas, antissépticas, analgésicas, anti-inflamatórias, antiespamódica, bactericida, cicatrizante, expectorante, fungicida, balsâmico, antiviral, febrífugo, inseticida, imunoestimulante, diaforético, parasiticida e vulnerário. Veja as características dos dois tipos de espécie que o óleo de melaleuca é extraído:
Melaleuca alternifólia – Essa é uma espécie mais usada em cosméticos, sendo dividida em seis variedades (dependendo da composição química do óleo). O óleo da melaleuca mais comercializada é a que possui grande quantidade de terpinen-4-ol, que é o principal responsável pela sua capacidade antifúngica e antibacteriana. O óleo dessa espécie foi comparado com outros agentes terapêuticos, como o fenol, e se mostrou muito mais eficiente.
Estudos obtiveram sucesso quando colocaram à exposição do óleo em organismos como Escherichia coli (bactéria que pode causar diarreia, infecção urinária e até mesmo meningite), Staphylococcus aureus (bactéria causadora de pneumonia, furúnculo, infecções na pele e coração) e Candida albicans (fungo causador de candidíase oral e vaginal). Como esses organismos são permeáveis ao óleo, ele inibe a respiração de células e a alteração na estrutura e na integridade de suas membranas – também proporciona vazamento de material intracelular. Isso leva à morte de bactérias e eliminação de doenças. Além disso, a composição química do óleo da melaleuca é bastante complexa, a ponto de a bactéria não conseguir modificar seu sistema enzimático para se adaptar aos efeitos do óleo.
No caso de fungos, foram observados efeitos iguais aos ocorridos com as bactérias, além de ter processos de seu crescimento inibidos pelo óleo. O potencial do óleo da melaleuca também tem sido aplicado em estudos com vírus, e os resultados são positivos. Há inibição de crescimento do vírus HSV1 e 2, causador de Herpes em humanos, sendo que a taxa de eficácia depende da fase do ciclo replicativo do vírus no momento em que o óleo é aplicado. Houve também diminuição do crescimento de protozoários, como o Leishmania major (causador da Leishmaniose) e de Trypanosoma brucei (causador da “doença do sono”). Fica evidenciada então a função antisséptica do óleo, que é uma alternativa à desinfecção de água e de alimentos sem o uso de cloro. Para uso no tratamento de acne, os efeitos do óleo da melaleuca são relativamente parecidos com os de substâncias sintéticas do mercado.
Porém, seus efeitos secundários, como descamação e coceira são mais leves. O óleo também tem demonstrado eficiência em induzir respostas imunes, diminuindo processos inflamatórios e sintomas de dor, e, no caso de queimaduras, há regeneração mais rápida da pele.
Melaleuca lecadendro – O óleo dessa espécie é chamado de “cajuputi”, e tem como principal ativo a substância cineol. Ele segue em sua propriedade antisséptica, o óleo da alternifolia, mas também é usado como analgésico. Quando aplicado no local, o óleo alivia dores de reumatismo e musculares. Ele também é muito usado como expectorante, para cuidados gastrointestinais e como antiespamódico.
Além dos problemas citados acima o óleo de melaleuca também pode ser utilizado para outros diversos fins como micoses, picadas de inseto, verrugas, higiene dentária, caspa e muitos outros que ainda estão sendo estudados e que podem vir a ser descobertos. Devido a esses diversos benefícios, sempre que for possível, dê preferência a produtos que são feitos a partir da melaleuca em detrimento de fabricações 100% sintéticas. Os mais acessíveis são antissépticos e o óleo essencial. A vantagem do óleo essencial é que você pode usá-lo onde quiser, na pele, cabelos, até para realizar a limpeza de casa, e não fica presa a somente uma finalidade como, por exemplo, um shampoo de óleo de melaleuca.
O óleo de melaleuca ou Tea Tree – como também é chamado – tem inúmeras utilidades. Pode ser utilizado para eliminar fissuras, feridas, candidíase, aftas, acne, herpes, unhas com micose, verrugas, calosidades e outras.
Não existe na literatura relatos de efeitos adversos do uso do óleo de melaleuca, quando administrado corretamente. Em peles sensíveis a dermatite pode aparecer, por isso o ideal é testar o óleo em uma pequena parte da pele antes. Nos cosméticos que são aplicados diretamente sobre a pele a concentração do óleo de melaleuca não pode ultrapassar 1%, superdosagem são perigosas. ABA